As fabulas do intrépido, capítulo 4 - parte 1

Capítulo 4

O maior desafio de um erudito é conhecer a si mesmo.


A micro-empresária Annie Belmont, estava naquele momento sentido uma dor alucinante, parecia que suas têmporas estavam sendo bicadas freneticamente por uma revoada de pardais. Estava se contorcendo e se debatendo no chão frio de piso polido de sua casa, ao mesmo em que se lembrava das palavras ditas pelo homem que a pouco lhe tivera atacado. “Quando chegar a hora, virá até mim.” Por um momento, se sentiu atraída por algo que jamais pensara... queria sangue, uma alta quantidade de sangue.

A porta de sua casa, — que apesar de arrombada, estava encostada, se abriu. Era possível se avistar um homem, que após ver a jovem decaída correu para acudi-la; porém quando se deparou com a Annie caída em meio ao chão, espantou-se de forma profunda, no instante em que avistara os orbes oculares da jovem, eles estavam vermelhos, e suas pupilas estavam dilatadas. Sentiu um frio na espinha. “Merda, você não...” Pensou o rapaz, que levantou Annie do chão frio e a colocou no sofá.

— Sangue... eu quero sangue. — Dizia a mulher, em uma súplica sem igual.

Naquele momento, a mente do homem que estava postado ao lado da mulher, entrou em um turbilhão de pura dor e sofrimento. Sua namorada fora transformada em uma vampira e ele nada pode fazer para impedir. “Talvez ela não seja feito os outros, é isto mesmo, ela não será feito os outros”

— Venha, An, eu sei o que fazer. — Proferiu, agora pegando a jovem em seus braços e a levando para seu Audi Rs 6. Abriu a porta, a sentou no banco de couro preto do carona e o reclinou. Correu até a sala, pegando um cobertor, colocando o mesmo sobre o corpo da jovem.

— Vamos An. — Disse, adentrando no carro e dando partida no mesmo.

Corriam agora a toda velocidade pela Rua de La Roquette, cruzando a Menilmontant. O Audi agora parava, em frente ao Cemitério de Père-Lachaise. Uma obra imponente, e sem dúvida, longínqua; mas de fato não estavam ali para visitar um ente especial.