As fabulas do intrépido, capítulo 8 - parte 3


Sim, e daí? — Disse a mulher, encravando a espada no crânio de Annie, ou pelo menos achara que encravara; o fato era que Annie tivera escapado no último instante, golpeando o joelho direito de Mariene, que envergou sua perna em um ângulo de 90°

— Vamos An, corra! Não podemos com ela.

Annie seguiu então as ordens de Pierre, mesmo que com certa relutância por parte do âmago de seu ser. Em uma incrível velocidade, o casal descera as escadas e chegara então à garagem. Pierre abriu a porta de seu carro, mas de toda forma, sua relutância fora inútil. Mariene tivera Pegado An, imobilizara-a e agora apontava a adaga para o pescoço da mulher.

— E então, vai dar o que peço ou não?

— Eu já lhe disse que não está comigo, por favor, solte ela. — Seu tom era de súplica.

— Bem, enquanto você não me der o que eu quero, eu não lhe darei ela.

— ME SOLTE! — Proferiu Annie, se esforçando ao máximo para sair dos abeis braços de Mariene, porém não conseguira.

Após o breve diálogo, Mariene começara a se “desfazer” em algo que a muito se assemelhava a uma areia cristalina e clara. Enquanto assistia ao que se decorria, a mente de Pierre entrou em um vórtice de pura dor; precisava resgatar Annie e manter em sigilo o que tanto estava guardando, mas como o faria? Se soubesse um modo de resolver ou não, entrou em seu carro, ligando-o. Abriu o porta luvas. Algumas folhas decaíram sobre o chão do veículo, e outras mais começaram a cair, conforme o homem revirava aquele pequeno espaço, em busca de algo.

—Achei.

Olhava agora para o controle remoto do portão da garagem. Apertou um botão, que fez uma luzinha vermelha se ascender. O portão abriu. Deu a partida no carro. Novamente fechou o portão da garagem, e saiu às pressas pela estrada, não ligando muito para o limite de velocidade permitido.

De fato, uma dúvida pairara no ar; para onde estaria indo Pierre? Salvar Annie? Ou proteger aquilo que escondera?

— Situações drásticas, pedem medidas drásticas.