A dor viera de imediato. Sentia seus músculos se dissecarem, parecia que seus ossos estavam sendo quebrados por uma marreta, um por um. Ao fim da aplicação da substância, Pierre desatara Annie, a levantara com cuidado e, a abraçara de forma apertada.
— Eu estou aqui, eu estou aqui.
Depós de certo tempo, Annie sentira que a dor estava se dissipando, e então, entregou-se ao sono, estava exausta, apavorada e com dor. O rapaz novamente detinha An em seus braços, refazendo o caminho até a sala de estar, subindo uma longa escadaria de azulejo que daria para o quarto de sua casa. Cuidadosamente, o mancebo colocara a mulher na cama de casal que estava no centro do lugar.
— Durma bem...
— Há quanto tempo, não é mesmo? — Proferiu uma voz, com sotaque francês atrás de Pierre
Ao ouvir o som d’aquela voz, seu coração balbuciou, suas pernas bambearam.
—Sim. Tinha até me esquecido de como sua voz era irritante, Mariene
Decidiu não transparecer a apreensão que estava sentindo. Depois de tantos anos, como foram descobrir seu paradeiro? E então, a verdade lhe atingiu como um carro que estava a 200km por hora. Sim, Annie tivera-lhe denunciado, não por querer, mas pelo fato de que os vampiros do conselho tem controle sobre todos os recém-transformados.
— Você sabe o que eu quero, me dê e seja feliz.
— Eu não tenho o que quer, e mesmo que tivesse, não iria lhe dar.
— Quanta coragem, para um homenzinho, mas vamos ver se ainda mantém esta coragem.
Saltou com a graciosidade de um felino para cima da cama onde Na estava deitada. Sacou de suas costas, uma katana que jazia embainhada em sua capa. Colocou a ponta da lâmina da arma na testa da mulher que jazia deitada na cama.
— Pelo visto deu a ela a droga que você mesmo fez; não sacia o desejo pelo sangue, mas alimenta o organismo dela, e a faz agir como um ser humano normal; atuando diretamente no cérebro, fazendo a psicopatia não existir. Devo admitir que é algo engenhoso, mas por quanto tempo acha que isto vai funcionar, até quando acha que esta máscara irá ser mantida?
—Ela é diferente, ela não vai se tornar um verme feito você.
— Me lembro de ter dito a mesma coisa quanto a seu irmão, deprimente não? — Proferiu a mulher, dando uma gargalhada.
— Meu irmão foi corrompido. Mas, acho que você se esqueceu de alguma coisa Mariene, como você mesma disse, minha droga não faz Annie perder a vontade de sangue, ou seja, ela ainda tem as habilidades de um vampiro, tal como o instinto e os sentidos aguçados.
