As fabulas do intrépido, capítulo 9 - parte 3


— Sazael, traga a foice. — Antes de terminar o que estava a dizer, o alto homem jazia ali, parado com a foice em mãos; estava pálido, o que indicava que Lauren ainda tinha comando sobre a foice. Sem titubear, entregou-a a Alphonse. O mancebo de grenhas cândidas tomou posse do objeto. Com grande esforço, levou a ponta afiada da foice ao pescoço de Lauren. A arma resistiu, não queria matar sua dona. A força que a foice fazia, era praticamente sobrenatural. Forçou seus músculos ao máximo. A arma então fez um filete de sangue cair do rosto de sua senhora. A força sobrenatural que exercia, parou.

— Basta apenas ferir a carne daquele que fora escolhido para reger a foice.

A foice mudou-se por completo. Seu cabo de rosa ficara preto, com alguns raios em prata; sua lâmina também se tornara negra. “Quando outra pessoa assume a foice, esta muda de acordo com a áurea daquele que a ganhou” A foice não pesava como outrora, pelo contrário, sentia leveza, sabia que iria ser ágil com aquela arma. Segurou-a com firmeza pelo cabo. Com velocidade, levou-a até o joelho, quebrando-a. Uma pergunta pairara no ar. Ficara ele louco? Suas faculdades mentais estavam em ordem? O fato era que tivera agido de modo inteligente, ora sim, no momento em que o rapaz quebrara o mítico armamento, toda a energia vital que ali continha, fora direcionado para si e para seus companheiros, claro a maior parte indo para Alphonse.

— Bem, agora vamos ao que realmente nos importa.

Direcionou-se para um túmulo. Sobre este, encontrava-se o obelisco de um homem de pedra recostado sobre seu braço. Atrás de sua perna que jazia estirada, encontravam-se dois pequeninos querubins também de pedra; logo acima de tal imagem, encontrava-se um globo terrestre, nas cores dourado e branco, e encima deste, outro homem estava recostado. Sabia como ninguém, que aquele marco representava a onipotência e onipresença da gravidade, ora sim aquele era o túmulo não só de um gênio, mas de um revolucionário: “Sir Isaac Newton”. Andejou até o túmulo. “O homem surgiu, e com ele a inteligência, mas fora necessário que milênios se passassem para que verdadeiros sábios lapidassem este diamante bruto.” Após o sibilar de tais dizeres, Alphonse saltou para trás, escapando então de um alçapão que abrira repentinamente. O túmulo arrastou-se alguns centímetros, deixando amostra outro baú de madeira. Caminhou até o baú, abrindo-o e pegando o pergaminho que jazia enrolado em uma almofada de seda vermelha. Levou sua mão até o interior paletó, — paletó este rasgado e sujo, — que estava usando desde o dia anterior. Retirou de um dos bolsos internos da peça, um rolo de pergaminho. Desatou a fita vermelha que o mantinha enrolado, por conseguinte pegara o outro pergaminho que a pouco coletara, assim enrolando uma folha encima da outra. Após o processo, guardou novamente os dois pergaminhos enrolados no bolso do paletó.

— Precisamos de novos trajes.

Olhou de relance para suas vestes, sujas e rasgadas, e um tanto desconfortáveis para pugnas, ou qualquer outra ocasião. Concentrou-se, novamente abrindo um portal dimensional negreiro.

—Pensei que não poderia fazer outro por três dias, mal se passou vinte e quatro horas. — Connor se mostrara encabulado

— No instante em que Alphonse quebrou a foice, grande parte da energia que nela residia, fora transferida para ele, desta forma toda sua energia vital fora estabilizada.

—Vamos? Não temos todo tempo. Logo as autoridades locais virão aqui.